O SEGREDO DA TERRA DAS BANANAS
Por Mateus Obadias
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O SEGREDO DA TERRA DAS BANANAS
Sentados juntos ao rio Rovué
Choramos, recordando de ti, ó Mutewe
Nas bananeiras que lá cresciam
Penduramos nossos ídolos
Os que nos mantinham cativos
Pediram-nos que os podessemos alegrá-los
E diziam
Cantem uma cantiga dos Matewes
Mas como poderíamos revelar o Cântico Sagrado
Aqueles que nos mantinham cativos as mentes e a tradição
Por termos recusados ser oprimidos
Os que tinham-nos oprimidos
Sim, tornaram nossa terra colónia
Destino de toda espécie de exódos
Enganando nos com a mudança conservadora da continuidade
A seu gracioso favor
Onde o rapé já não é tabaco
Bananas e madumbe já não é fruta dos indígenas tradicionais
Não é para o consumo dos desprovidos de imposto acrescentado
Objectivos antigos já bastam
Beneficiados novos indígenas que inibiram batuque baloiçar alegremente
Novos donos da terra por imposto acrescentado pagar
Sim, sentados juntos ao Rio Revué
Realmente choramos sem lágrimas nem gritos
Recordando de ti, ó Mutewe
Sica, eu Chimoio e tu Chingore, choramos
Intuitivamente até hoje
Ninguém ousou contar o Segredo da Nossa Rainha Ingomai I
Onde descansa em companhia dos principais indignas antigos
O cemitério de referência tradicional dos matewes
De acesso restrito só aos pés descalços e cabelos descobertos
Basta, basta o que já é deles
Comprado por imposto acrescentado do povo e mandam-nos calar e dizem
Não conta a ninguém as nossas cantigas por favor
É só para nós, juro por tudo
Mas a crítica da geração da viragem
Acusa-nos do envelhecimento social
Acho que o faz com sabedoria
O que passou já passou, nada de ressentimentos
Que valor tem os verdadeiros contos em extinção
Nossa história manipulada à sombra da bandeira das bananeiras
Se todos acham comprometedor cantar das Cantigas dos Matewes
Como forma de preservar a legitimidade do Cântico Sagrado
Nos Corações daqueles que pouco aos poucos acabam todos
Por descansarem eternamente fora do cemitério anónimo.
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O SEGREDO DA TERRA DAS BANANAS
Sentados juntos ao rio Rovué
Choramos, recordando de ti, ó Mutewe
Nas bananeiras que lá cresciam
Penduramos nossos ídolos
Os que nos mantinham cativos
Pediram-nos que os podessemos alegrá-los
E diziam
Cantem uma cantiga dos Matewes
Mas como poderíamos revelar o Cântico Sagrado
Aqueles que nos mantinham cativos as mentes e a tradição
Por termos recusados ser oprimidos
Os que tinham-nos oprimidos
Sim, tornaram nossa terra colónia
Destino de toda espécie de exódos
Enganando nos com a mudança conservadora da continuidade
A seu gracioso favor
Onde o rapé já não é tabaco
Bananas e madumbe já não é fruta dos indígenas tradicionais
Não é para o consumo dos desprovidos de imposto acrescentado
Objectivos antigos já bastam
Beneficiados novos indígenas que inibiram batuque baloiçar alegremente
Novos donos da terra por imposto acrescentado pagar
Sim, sentados juntos ao Rio Revué
Realmente choramos sem lágrimas nem gritos
Recordando de ti, ó Mutewe
Sica, eu Chimoio e tu Chingore, choramos
Intuitivamente até hoje
Ninguém ousou contar o Segredo da Nossa Rainha Ingomai I
Onde descansa em companhia dos principais indignas antigos
O cemitério de referência tradicional dos matewes
De acesso restrito só aos pés descalços e cabelos descobertos
Basta, basta o que já é deles
Comprado por imposto acrescentado do povo e mandam-nos calar e dizem
Não conta a ninguém as nossas cantigas por favor
É só para nós, juro por tudo
Mas a crítica da geração da viragem
Acusa-nos do envelhecimento social
Acho que o faz com sabedoria
O que passou já passou, nada de ressentimentos
Que valor tem os verdadeiros contos em extinção
Nossa história manipulada à sombra da bandeira das bananeiras
Se todos acham comprometedor cantar das Cantigas dos Matewes
Como forma de preservar a legitimidade do Cântico Sagrado
Nos Corações daqueles que pouco aos poucos acabam todos
Por descansarem eternamente fora do cemitério anónimo.
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